sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Minha pequena Eva

Quase todos chamam Phernandes de China
Mas ele nem tem muitos traços asiáticos
     Primeira semana letiva. Eu logo encontrei meu grupo e fiz muitos amigos (estranho. Sempre fui deslocado e tive dificuldade para fazer amizades). Andávamos sempre eu, F"elipe" (pernambucano), I"an" (pernambucano e, provavelmente, gay), E"lder" e B"árbara" (esses últimos, paranaenses. Sotaque quase tão gostoso quanto o de Minas). Até pensei que poderia ficar com Bárbara para disfarçar, pois ela era linda e não seria nenhum sacrifício, mas ela logo começou a namorar um mineiro (temos gostos parecidos), o P"hernandes" (e eu sou froxo. Não consigo chegar em alguém nem quando realmente me interesso). Mas ainda tinha outras mulheres bonitas. E homens também ;D


     Eu estava morando em uma cidade próxima aonde minha faculdade fica. Tinha que pegar um ônibus, mas a caminhada e o trajeto de ônibus juntos demoravam menos de meia-hora. Mas era um porre. Antes eu estava morando em uma cidade bonita, com temperatura baixa, mas agradável e fui pra capital do bode e da seca. Sem contar que as vistas se cansavam com tanta gente feia. Mas na quinta-feira, um carro parou ao meu lado enquanto eu ia para a faculdade. Um cara bonito, com um beiço infeiror bem grande, e porte bem agradável, chamado P"aulo" me perguntou se eu estava indo para a UNI"MID" (Universidade Federal de "MIDGARD") e me ofereceu carona. Aceitei porque eu sou preguiçoso. Valia a pena correr o risco de ser sequestrado. Se ele tentasse abusar sexualmente de mim, eu sairia no lucro. Ele me contou no caminho que também fazia medicina, estava quase na metade do curso e me deu várias dicas bem legais.

Quer uma carona?
     Nas semanas seguintes eu me aproximei cada vez mais de Lucas (aquele que eu falei sobre o bumbum), M"auro" (brasiliense assumidamente homofóbico, porém sensato sobre outros aspectos (atualização: sensato sobre pouquíssimos aspectos), L"uísa" (a menina de rosto mais angelical do mundo. Muito fofinha), e E"va" (paulista rockeira que transborda amor para todos os lados). Mas, entre eles, meu melhor amigo era o Lucas. Ele é de Salvador, super divertido, animado, pró-ativo e solícito. Só não era tão bonito, mas isso se tornava insignificante diante de tantas qualidades. Mas ele não tinha "jeito de gay". Deveria ter me enganado porque ele é meio ativista contra o preconceito, inclusive contra a homofobia. Minha turma tinha muita gente assim (a melhor turma ever (atualização: não)). Várias vezes eu vi Lucas conversando com Paulo. Se conheciam por amigos em comum de Salvador. Inclusive, uma vez Paulo me deu uma carona até minha casa e Lucas veio junto com a gente. Eles iriam sair com outros amigos. Comecei a desconfiar dessa relação, mas achei que era paranoia minha. Só uma mania besta de ver purpurina em tudo. Cheguei a sonhar que eu fazia sexo com os dois ao mesmo tempo. Quando acordei, não conseguia parar de pensar em Lucas. Paulo me atraía mais, até antes disso, mas alguma coisa mudou. Parecia que eu estava gostando mesmo do meu colega.
Como eu passei a ver Lucas
*-*
     Altos reggaes (festa em baianês. Eu e metade de minha turma somos baianos, apesar da faculdade ser de outro lugar na região Nordeste) com a turma. Muita bebida, e jogos da verdade cheios de mentiras. Percebi que quando Paulo estava por perto (ele sempre saía com nossa turma) Lucas ficava "emburrado", dizia que estava tudo bem, quando questionado, mas não participava das brincadeiras e da farra. Nesse tempo eu fui morar com Lucas, uma estudante de psicologia e o irmão dela que fazia cursinho. Eu e Lucas dividíamos um quarto. Claro que eu só fiz isso para economizar dinheiro e morar numa casa excelente e  mais próxima à faculdade (ou quase isso). Paulo sempre me visitava. Ele se tornou meu melhor amigo por um tempo, mas quando Lucas estava por perto tudo era muito estranho. Então Paulo parou de andar comigo. Certamente porque Lucas, além de Eva, estava sempre comigo. Mas eu ainda pensava que isso era apenas história de minha mente fértil e colorida.
Como Lucas se parece
Na verdade é mais bonito, mas é do "mesmo tipo" (Atualização: é feio)
     Eu, Lucas e Eva eramos inseparáveis. Nos momentos mais difíceis para mim, eles estavam lá (minhas notas não eram das melhores na faculdade). Paulo também sempre tinha ótimos conselhos. Eu fui colecionando motivos para achar que Lucas é gay: Glee, "Cantoras de viado", postagens anti-homofobia e pró casamento gay no facebook, uma imagem de sexo gay na tela do computador no momento que ele estava usando. Oh! wait... Bem, isso não tinha outra explicação. Será que eu tinha me enganado? Muito difícil, mas de qualquer modo, eu não teria coragem de tentar qualquer coisa com ele. Mas isso me deu coragem de contar a Eva sobre minha sexualidade e minha paixão por Lucas (mas sem usar essa palavra, porque ela me fazia sentir como se eu fosse uma adolescente idiota que adora o restart e eu era meio restartofóbico, mas já aprendi a respeitar quem gosta, apesar de eu achar uma b0st@) no dia seguinte ao show de uma cantora que eu não vou contar o nome (O show de Ivete Sangalo foi incrível até para Eva que é super rockeira e axefóbica =D ) . Foi a primeira heterossexual a saber disso. Ela ficou muito surpresa dizendo que nem desconfiava e talz. Normal, sou bem "bofinho" mesmo (atualização: hahahhaha. Que vergonha).
     Poucos dias depois, eu estava na faculdade procurando pelos dois e liguei perguntando a Lucas onde eles estavam. Estavam num corredor isolado da faculdade e me chamaram para lá. Ele estava deitado no colo dela. Então Eva disse a ele:
     - Você não tem nada para dizer?
     E ele:
     - Ah. Eu sou gay!
    Eu:
     "poker face"
Adão e Ivo
Isso sim é o paraíso
     Meu coração bateu muito rápido. Mil coisas se passaram em minha cabeça. fiquei parado por uma hora, mas só se passaram 3 segundos. Então eu disse que também sou. 
     Eva não contou sobre mim para ele, mas quando ela descobriu sobre Lucas, disse-lhe que não era justo esconder isso do colega de quarto dele e convenceu que o certo seria me contar. Mas ele não é bobo. Foi tudo premeditado. Na noite passada tivemos uma conversa longa e eu contei sobre meus problemas que ele percebeu que se pareciam muito com o que ele tinha vivido. Não foi difícil que ele ligasse os pontos.
     A parte mais difícil tinha passado. Logo eu teria coragem de contar sobre o que eu sentia por ele. Mas ele não me dava sinal de que era recíproco. FODASSE MALUCO. Vou contar e desencanar de uma vez se não for para acontecer.
    To be continued...


Té +

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