quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Quase hétero [14-17 anos]

     Oiê!
     Cá estou. Que comece o ensino médio.

     Aos 14 anos fui estudar numa escola técnica em uma cidade próxima à minha. A mesma escola que Ralf, por isso, nossas mães alugaram uma casa para nós dois morarmos. Já sabem que me enchi de esperança, né? Eu e Ralf na mesma casa, certamente ia acontecer alguma coisa. Nem. Foram 3 anos bem hétero para ele. Até namorou uma colega por um tempo. O maior problema é que, para qualquer outra pessoa, também pareceu que foram anos hétero para mim.

     Logo no início, achei que tivesse me apaixonado por uma colega. Ela era super divertida, companheira, engraçada e bonitinha. : /  . Na verdade era meio feia, mas a beleza interior é o que importa (em mulheres. Nos homens tem que ter um mínimo de beleza física também). Foi meu primeiro beijo. Mas foi bem ruim. A língua dela era meio áspera e isso me incomodou (além da falta de barba e de pegada forte). Mas ela mudou de escola pouco tempo depois, me deixando triste porque ela era uma grande amiga, mas aliviado porque ela nitidamente estava gostando de mim e eu não poderia retribuir o sentimento. Um tempo depois, ela voltou à cidade da nossa escola e ficamos outra vez. Esse meu segundo beijo foi até bonzinho, mas era só o encontro de línguas e eu queria sentir algo por dentro. Talvez pareça besteira. Uma coisa de menina fã do restart, mas eu acreditava mesmo que um beijo causava uma sensação mais forte.
O lado bom de REBELDE
     Sem ela, eu passei um tempo sem muitos amigos na minha turma. Tentei andar com o grupo dos meninos, mas não tinha assunto porque odeio futebol e vaginas. Então Igor se aproximou de mim. Ele era nitidamente gay. Sempre conversava comigo sobre RBD (não gosto) e "cantoras de viado" (não gostava porque não podia gostar). Ficava com muita vergonha de ser visto perto dele, mas ele era meu amigo, então valia o risco. Não demorou muito até ele me dizer que é bissexual (o que não era verdade, porque ele é homossexual). Ficou esperando eu dizer algo, mas apenas falei que eu sou hétero. Claro que eu já tinha percebido que sou gay, mas eu ainda tinha esperaça de gostar, pelo menos um pouco, de mulher.
     No ano seguinte eu perdi o contato com ele, porque ele mudou de turma. Então comecei a vasculhar o mundo gay da internet. Conheci Queer as folk, e as novelas as the world turns e verbotene liebe, todos com temática gay. Assim pude ter os primeiros contatos com o significado de ser gay. Vi que a diferença entre gays e as "pessoas normais" era apenas o alvo do interesse. Nesse tempo eu gostei de vários caras, mas tudo platônico. Quando eu tinha algum sinal de que um cara de quem eu gostava pudesse ser gay, o encanto acabava. Coisa de louco, eu sei, mas penso que eu fazia isso inconscientemente por medo. Acabei contando para o Igor que eu sou gay, mas até o fim do ensino médio, ele era o único que sabia disso (a não ser que ele tenha contado para mais alguém).
Acho que estou carente
Por isso, tanto beijo

     Esclarecimentos: Um leitor do blog (provavelmente só tem mais 2 ou 3, além dele) me questionou sobre eu ter escrito H"ugo". Isso é apenas um jeito estranho vindo from sei-lá-where, para dizer que o nome real da pessoa citada começa com a mesma letra do nome que eu criei, mas o resto é diferente para proteger a identidade dele caso algum conhecido leia o texto. Assim, se um amigo meu chamado Carlos entrasse na história como Caim, eu teria escrito C"aim" na primeira vez que eu falasse sobre ele, por exemplo.
     Amanhã eu começo a contar sobre meus 18 anos e o ano de 2011. Finalmente eu me aceitei gay e aconteceu tanta coisa que parecem 5 anos em 1 (something like this).

Té +

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Lutinhas e brigas [11-14 anos]

     Olá =)
     Ontem não pude postar porque estava muito ocupado deitado em minha cama o dia inteiro. Me desculpem. Mas agora vou continuar contando sobre a minha vida de onde eu parei.


     Alguns anos se passaram desde a última "brincadeira" com meus primos. Ralf continuava indo à minha casa para jogar video-game sempre que podia e não estava jogando bola com os amigos dele. Eu nunca gostei muito de futebol (já pensei até que essa fosse a causa de ter me tornado gay, mas não faz sentido. Como correr atrás de uma bola me faria ser hétero?). Até tentei uma vez, mas quando descobri que o meu time era o vencedor, desisti (passei o jogo inteiro pensando que estava no time adversário). Mas nada do que eu queria acontecia. Uma vez, enquanto eu estava deitado no sofá, de bruços, ele me surpreendeu se deitando sobre mim. Oq eu fiz? Passei minhas mãos pelos cabelos dele e, quando percebi, estávamos sem roupa na cama dos meus pais (mas só no meu sonho da noite seguinte). Nam! Saí debaixo dele, fiquei com cara  de assustado e Ralf me pediu desculpas dizendo que foi só brincadeira. Droga! Foi só brincadeira! Mas umas semanas depois ele me ensinou como aliviar a minha tensão. Só me lembro que ele mostrou que algo estava bem alto sob a coberta dele (era um dia frio), e me falou q poderia me ensinar a fazer o meu ficar assim também. Pena que só me ensinou verbalmente (não confundir com oralmente, infelizmente). Eu era tão novo quando isso aconteceu que ainda só tinha a sensação boa. Não saía nada. Eu sabia que um dia sairia porque ele me disse que saiu uma gosminha uma vez que ele fez isso no banho.
O joystick que eu queria/quero
     Como eu não tinha internet na época, eu só deduzia como era o sexo pelo que eu via nas novelas. Achava que era sempre anal (mesmo sem saber esse nome) por causa de uma cena do Marcello antony que eu tinha visto numa minissérie da globo. Mas eu sempre imaginava fazendo isso com uma colega minha. Ou com Ralf (muito mais frequentemente). Então comecei a imaginar como se eu fosse um daqueles caras da televisão. Mas sempre que eu ficava sozinho com meu primo, esperava ele fazer alguma coisa nova, ou voltar com tudo que acontecia quando éramos mais novos. Mas nada acontecia (sem contar uma vez que dormi na casa dele e acordei com sua mão apertando meu pênis sobre a calça). Até que começamos a brincar de "lutinha".
    Lutinha tem regras simples. Faça o que for preciso até o adversário (parceiro sexual) desistir. No começo era tudo inocente. Brincadeira infantil onde a pancadaria rolava solta. Murros, chutes, puchões de cabelo, golpes [nos países] baixos, masturbação, etc. Oh, wait! Masturbação :o        Um fazia no outro, enquanto cada um fingia q tentava tirar a mão alheia do próprio "p"(cansei de digitar pinto e não gosto de digitar pênis, rôla, instrumento, ou qualquer outro apelido) e o outro fingia que acreditava. Assim, quem perdesse, ganharia. E todas comemora =D
Homens treinando para o campeonato de lutinha
Lutinha greco-romana

     Pena que isso também parou. E eu, cada vez menos, pensava na minha colega para fazer aquele negoço (e quando fazia, era por dor na consciência). Eu tenho um primo gay (hoje eu acho que são 3,5 porque Ralf parece bissexual. Além de minha irmã C"arla" que deve ser lésbica), de quem todos falavam mal pelas costas. O próprio pai tentou matar ele quando soube (meu pai, junto com meus outros tios, tiveram que detê-lo). Não queria isso para mim. Não quero isso para mim.
Como Hugo se parece
(a beleza nem sempre compensa)
     Mas também houve um momento obscuro nesse tempo. Na minha cidade existe um casarão imenso onde mora um casal de idosos e seus incontáveis animais. A senhora é uma das melhores pessoas do mundo, mas o marido dela : /      Um dia, indo para a casa de um colega de escola para fazer um trabalho, ouço alguém me chamando. Era o tal senhor, me chamando da porta da casa dele. Na minha inocência, eu fui. Ele queria me mostrar os cachorros pela janela do quintal traseiro da casa. O traseiro que ele tava olhando não era o quintal. Quando encostei na janela, ele tentou encochar. Ah, que nojo! Saí de perto da janela. Depois ele ficou insistindo para que eu me sentasse no colo dele. Disse que não poderia porque precisava fazer o trabalho e saí correndo para a casa de meu colega que era bem próxima. Estava muito nervoso e acabei me estabacando no chão depois de tropeçar na calçada. Outros colegas estavam perto e ficaram rindo de mim. Comecei a chorar e distribuí murros em duas colegas, brigay com H"ugo" (que era bem gatinho, mas irritante) e fui embora.
    Um tempo depois, Ralf foi estudar numa cidade vizinha maior e fiquei um tempo só na imaginação.

     Este post ficou longo e sem graça, mas achei necessário. Amanhã vou contar sobre o período de ensino médio. É tudo no plano das ideias. Não teve prática alguma, mas é massinha, até. Foi quando eu aceitei quem eu sou com a ajuda de um amigo, o I"gor".

Té +

domingo, 27 de novembro de 2011

Primos [0-10 anos]


      Consegui voltar. E o blog já teve 17 visitas. Todas comemora (acho que 12 foram minhas :p )
     Como disse antes, falarei sobre minha infância e tudo que eu me lembro de ter acontecido e que me fez descobrir minha sexualidade.

     Tudo começou muito cedo. Acho q eu tinha 7 ou 8 anos, talvez menos. Meu primo R"alf" é pouco mais de uma ano mais velho que eu e era meu melhor amigo. Sempre dormíamos um na casa do outro e ficávamos jogando video-game quando nossos pais estavam por perto. Não sei bem como começou, mas me lembro que, quando estávamos sozinhos, ele sempre propunha da gente fazer "osadia" (era assim q a gente chamava). Era uma brincadeira que me divertia bastante. Não via sentido naquilo, mas sabia que era segredo. Uma única vez fomos "pegos no flagra" na casa de nossa avó por uma garota que eu não me lembro nem cara, nem nome, nem porque estava lá. Sei que ela não era da minha cidade natal e foi embora poucos dias depois sob juramento de nunca contar aquilo para ninguém.
Versão aperfeiçoada do Ralf

     L"oki" era outro primo, bem mais velho, já deveria ter 15 anos e também jogava super nintendo lá em casa. Ele cuidava sempre de mim quando meus pais tinham que sair. Até que um dia, enquanto ele jogava donkey kong (bateu saudade do DK agora) ele chegou a uma fase que não conseguia passar. Ele teve uma ideia na hora. Mostrou o pinto e me disse para segurar porque assim ele teria mais sorte e conseguiria passar da fase. Eu recusei, claro, mas ele insistiu tanto que não teve jeito. Eu gostava, mas fazia catecismo e achava q estava traindo Jesus com aquilo. Mas o poder de persuasão de  Loki sempre foi ótimo (só perdia da minha irmã que consegue tudo na base da confusão). E deu certo :O    Ele conseguiu passar da fase. Daí em diante sempre usamos nossa estratégia secreta nas situações difíceis para os nossos companheiros DK, Mario, Ryu, Liu Kang, etc.
Como Loki se parece

     Mas uma prima de minha idade também gostava de brincar. Uma vez  me chamou pro quarto dela, trancou a porta, tirou a roupa e me mandou deitar. Eu fiquei vestido o tempo todo. Dessa vez não foi legal. Será que foi porque eu fiquei vestido? será que eu acho ela feia? Será que se ela tivesse pinto seria melhor? Bem. Com Loki eu ficava vestido. Ela é uma das mais bonitas de minha cidade. Só sobrou um motivo. Mas eu gostava de uma colega da escola. Eu não queria ser viado.
Vocês não querem saber como era minha prima

     Tinha que parar com aquilo. E Loki me ajudou a parar. Um dia ele me bateu e beliscou minha bochecha até fazer uma marca bem forte e eu disse que ia contar para minha mãe. Ele era mais esperto e ameaçou contar o meu segredo para ela  (Jogou verde e se deu bem) se eu contasse que ele fez aquelas marcas. Ralf estava comigo e se desesperou dizendo que eu ia contar, com certeza. Depois desse susto, paramos de fazer "osadia". Mas minha mãe é bisbilhoteira. Perguntou tanto, mas tanto, sobre as marcas, que eu falei tudo que aconteceu. Até meu segredo.
     Por um bom tempo, nada mais aconteceu. Minha mãe se convenceu de que era coisa de criança, eu prometi que não faria mais e realmente não fiz. Mas eu ainda me lembrava. Ainda pensava naquilo. Mas Ralf parou de me chamar para brincar desse jeito. E eu não tinha coragem de chamar. Talvez fosse melhor assim.


    Por enquanto é isso. Farei mais duas postagens, respectivamente sobre o período do ginásio e o ensino médio. Depois disso, eu chego em 2011, onde tudo acontece. Provavelmente, amanhã já sai a próxima.
   Acho que fui bem superficial, me restringindo aos fatos, mas sem falar muito do que eu sentia. Isso aconteceu porque já não me lembro direito tão detalhadamente dessa época e não quero contar alguma mentira sem perceber. Mas a partir da postagem seguinte, já chega em uma época que eu me lembro melhor. Acho que vai ficar mais interessante (tanto para mim, quanto para os leitores).
     Sou novo no mundo dos blogs e ainda não me viro muito bem por aqui, então se alguém puder dar umas dicas, eu serei muito grato =D

Té +

Começando

     Oi gente (sim, tenho pretensões de que alguém leia este blog, se é que ele vai existir mesmo)!
     Resolvi criar este blog com o intuito de falar sobre minha vida. Não acho q ela seja tão diferente de grande parte da população, mas sempre fui apaixonado por histórias da vida das pessoas contadas por elas mesmas (não curto fofoca quando estou sóbrio). Talvez eu poste fotos, histórias ou outras coisas quaisquer que me interessem, mas ainda não estou muito certo quanto a isso : /
     O principal assunto será, certamente, relações de amizade e "amorosas" influenciadas pela minha sexualidade, pois sou gay.
     A princípio pensei em contar apenas histórias que aconteçam comigo a partir de agora, mas estas "férias" (longa história que será contada em breve) estão tãããããããooo paradas que vou começar fazendo um resumo das influências que a homossexualidade teve desde a minha primeira lembrança em brincadeiras com o priminho (hoje ele é bom bonito e está dormindo ao meu lado *-*) até minha vida ficar totalmente desinteressante, ou tão interessante que não sobre tempo para o blog (duvido muito). Talvez eu desista disto quando eu acordar porque sou um pouco "de lua". Tomara que não!
     Ah! Sou o "Tyr" o/     Ou quase isso. Na verdade pegay emprestado o nome de um deus nórdico.



     Não, esse de cima não é Tyr (o modelo Henry Feiden tá mais para deus grego). Tyr é o da imagem abaixo:


     O nome do blog foi escolhido de improviso, mas acho que é bem apropriado porque passo horas e horas refletindo, só eu e eu mesmo numa longa conversa (conversas entre mim e Tyr). Meio tosco, eu sei, mas não sou criativo. Se tivesse muita criatividade, não contaria minha vida. Inventaria uma história incrível e publicaria um livro, venderia milhões de cópias e me casaria com o Mister Brasil em Fortaleza (não tem relação entre livro e ele, mas o blog e o delírio são meus, faço com eles tudo que quiser, porque democracia é pros fracos -n), já que o jurídico de lá está querendo facilitar o casamento gay.
     Amanhã eu começo contando, sem muitos detalhes (porque não quero incitar a pedofilia), sobre minha infância. Espero que alguém possa se interessar, ou até se identificar com a minha vida.

Té +