Cá estou. Que comece o ensino médio.
Aos 14 anos fui estudar numa escola técnica em uma cidade próxima à minha. A mesma escola que Ralf, por isso, nossas mães alugaram uma casa para nós dois morarmos. Já sabem que me enchi de esperança, né? Eu e Ralf na mesma casa, certamente ia acontecer alguma coisa. Nem. Foram 3 anos bem hétero para ele. Até namorou uma colega por um tempo. O maior problema é que, para qualquer outra pessoa, também pareceu que foram anos hétero para mim.
Logo no início, achei que tivesse me apaixonado por uma colega. Ela era super divertida, companheira, engraçada e bonitinha. : / . Na verdade era meio feia, mas a beleza interior é o que importa (em mulheres. Nos homens tem que ter um mínimo de beleza física também). Foi meu primeiro beijo. Mas foi bem ruim. A língua dela era meio áspera e isso me incomodou (além da falta de barba e de pegada forte). Mas ela mudou de escola pouco tempo depois, me deixando triste porque ela era uma grande amiga, mas aliviado porque ela nitidamente estava gostando de mim e eu não poderia retribuir o sentimento. Um tempo depois, ela voltou à cidade da nossa escola e ficamos outra vez. Esse meu segundo beijo foi até bonzinho, mas era só o encontro de línguas e eu queria sentir algo por dentro. Talvez pareça besteira. Uma coisa de menina fã do restart, mas eu acreditava mesmo que um beijo causava uma sensação mais forte.
O lado bom de REBELDE |
Sem ela, eu passei um tempo sem muitos amigos na minha turma. Tentei andar com o grupo dos meninos, mas não tinha assunto porque odeio futebol e vaginas. Então Igor se aproximou de mim. Ele era nitidamente gay. Sempre conversava comigo sobre RBD (não gosto) e "cantoras de viado" (não gostava porque não podia gostar). Ficava com muita vergonha de ser visto perto dele, mas ele era meu amigo, então valia o risco. Não demorou muito até ele me dizer que é bissexual (o que não era verdade, porque ele é homossexual). Ficou esperando eu dizer algo, mas apenas falei que eu sou hétero. Claro que eu já tinha percebido que sou gay, mas eu ainda tinha esperaça de gostar, pelo menos um pouco, de mulher.
No ano seguinte eu perdi o contato com ele, porque ele mudou de turma. Então comecei a vasculhar o mundo gay da internet. Conheci Queer as folk, e as novelas as the world turns e verbotene liebe, todos com temática gay. Assim pude ter os primeiros contatos com o significado de ser gay. Vi que a diferença entre gays e as "pessoas normais" era apenas o alvo do interesse. Nesse tempo eu gostei de vários caras, mas tudo platônico. Quando eu tinha algum sinal de que um cara de quem eu gostava pudesse ser gay, o encanto acabava. Coisa de louco, eu sei, mas penso que eu fazia isso inconscientemente por medo. Acabei contando para o Igor que eu sou gay, mas até o fim do ensino médio, ele era o único que sabia disso (a não ser que ele tenha contado para mais alguém).
Acho que estou carente Por isso, tanto beijo |
Esclarecimentos: Um leitor do blog (provavelmente só tem mais 2 ou 3, além dele) me questionou sobre eu ter escrito H"ugo". Isso é apenas um jeito estranho vindo from sei-lá-where, para dizer que o nome real da pessoa citada começa com a mesma letra do nome que eu criei, mas o resto é diferente para proteger a identidade dele caso algum conhecido leia o texto. Assim, se um amigo meu chamado Carlos entrasse na história como Caim, eu teria escrito C"aim" na primeira vez que eu falasse sobre ele, por exemplo.
Amanhã eu começo a contar sobre meus 18 anos e o ano de 2011. Finalmente eu me aceitei gay e aconteceu tanta coisa que parecem 5 anos em 1 (something like this).
Amanhã eu começo a contar sobre meus 18 anos e o ano de 2011. Finalmente eu me aceitei gay e aconteceu tanta coisa que parecem 5 anos em 1 (something like this).
Té +